Muito já se tem investido para cuidar do clima no planeta.
Um estudo inédito realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), Howden e UN Climate Change High-Level Champions revela que o setor de seguros pode ser um dos principais catalisadores para a transição global rumo a uma economia sustentável.
Intitulado “The Great Enabler”, o relatório aponta que as seguradoras já possuem ferramentas e soluções inovadoras capazes de reduzir os riscos financeiros, destravando o capital necessário para investimentos em mitigação das mudanças climáticas.
O desafio: garantir US$ 10 trilhões em seguros para viabilizar a transição climática
Segundo o estudo, cerca de US$ 19 trilhões já foram comprometidos por governos, empresas do setor energético e investidores privados até 2030 para financiar projetos climáticos. No entanto, muitas dessas iniciativas não atendem aos critérios de risco exigidos pelos investidores.
Para viabilizar esses investimentos, o setor de seguros precisa fornecer mais de US$ 10 trilhões em cobertura adicional, garantindo proteção para tecnologias emergentes e soluções sustentáveis baseadas na natureza.
"A demanda por seguros crescerá rapidamente à medida que os investimentos forem destravados. O aumento dos riscos climáticos pressiona a capacidade do mercado segurador, tornando essencial a parceria entre seguradoras e empresas para garantir a viabilidade financeira da transição energética", afirma Gabriel Purkyt, sócio do BCG.
Seis iniciativas-chave para acelerar a transição climática
O estudo destaca seis iniciativas estratégicas para que o setor de seguros maximize sua contribuição na redução de riscos e impulsione investimentos em sustentabilidade:
Parcerias estratégicas para escalar soluções de seguro – Criar pipelines de projetos sustentáveis focados, permitindo que seguradoras ampliem sua atuação de maneira mais eficiente.
Modelos híbridos de seguro – Combinar capital privado com mecanismos de financiamento concessional para expandir a capacidade das seguradoras tradicionais.
Apólices plurianuais para projetos de longo prazo – Desenvolver soluções de seguro de longo prazo alinhadas à realidade dos investimentos climáticos.
Apoio global a tecnologias limpas – Promover a colaboração entre governos, seguradoras e desenvolvedores para mitigar riscos e criar produtos adaptados à transição energética.
Reformas regulatórias e jurídicas – Fortalecer a governança e a segurança jurídica para incentivar a atuação das seguradoras em mercados emergentes e regiões mais vulneráveis.
Modelos de risco baseados em dados – Utilizar análise preditiva e inteligência de dados para tornar as coberturas mais acessíveis e eficientes.
"Diferente de outros instrumentos financeiros, o seguro reduz o custo real do risco. Se implementadas corretamente, essas estratégias permitirão que o setor de seguros se torne um dos maiores facilitadores da transição climática, destravando bilhões em investimentos sustentáveis e construindo um futuro mais resiliente", conclui Purkyt.
Acesse o estudo completo
O relatório completo "The Great Enabler" está disponível, em inglês, no site do BCG.