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Inventário, partilha de bens e divórcios consensuais podem ser feitos pela via extrajudicial

Luiz Carlos Checozzi
Luiz Carlos Checozzi é especializado em seguros.

Luiz Carlos Checozzi é especializado em seguros.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), alterou a sua Resolução do 35/2007 e passou a permitir que inventários, partilha de bens e divórcios consensuais possam ser feitos em cartório ainda que envolvam herdeiros com menos de 18 anos de idade ou incapazes.

A medida simplifica a tramitação dos atos, que não dependem mais de homologação judicial, tornando-os mais céleres. A decisão unânime se deu no julgamento do Pedido de Providências 0001596-43.2023.2.00.0000, durante a 3.ª Sessão Extraordinária de 2024, relatado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

Com a mudança, a única exigência é que haja consenso entre os herdeiros para que o inventário possa ser registrado em cartório. No caso de menores de idade ou de incapazes, a resolução detalha que o procedimento extrajudicial pode ser feito desde que lhes seja garantida a parte ideal de cada bem a que tiver direito.

Nos casos em que houver menor de 18 anos de idade ou incapazes, os cartórios terão de remeter a escritura pública de inventário ao Ministério Público (MP). Caso o MP considere a divisão injusta ou haja impugnação de terceiro, haverá necessidade de submeter a escritura ao Judiciário. Do mesmo modo, sempre que o tabelião tiver dúvida a respeito do cabimento da escritura, deverá também encaminhá-la ao juízo competente.

No caso de divórcio consensual extrajudicial envolvendo casal que tenha filho menor de idade ou incapaz, a parte referente à guarda, à visitação e aos alimentos deverá ser solucionada previamente no âmbito judicial.

A possibilidade da solução desses casos por via extrajudicial visa desafogar o Poder Judiciário, que conta, atualmente, com mais de 80 milhões de processos em tramitação. A referida norma foi aprovada na data de 20/08/2024.