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Andar de moto aumenta risco de acidentes em 20 vezes. Sem capacete, 60

Em 15 anos, número de acidentes com motos passou de 1,4% para 5,9%, mais de 300%

Acidentes com motos são rotina nos grandes centros urbanos.

Acidentes com motos são rotina nos grandes centros urbanos.

Os motociclistas têm aumentadas em 20 vezes as chances de sofrer um acidente, em comparação com um motorista de automóvel. Esse número sobe para 60 vezes se a pessoa não estiver usando capacete.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) no Paraná, Dirceu Antônio Silveira Junior, em um período de 15 anos, de 2000 a 2015, o número de acidentes envolvendo motos passou de 1,4% para 5,9%, um crescimento de mais de 300%. 

Num período de 16 anos, a frota nacional de motos passou de 4.034.544 em 2000 para 25.311.251 em 2016, aumento de 530%. Os acidentes com vítimas aumentaram muito mais em todo o Brasil. Em 2000 foram 2.492 e, em 2015, 12.126, um acréscimo de quase 400%.

“Em razão de não termos um transporte público de qualidade no país, e por ser um veículo relativamente barato, muitos optam em comprar uma moto para se locomover”, destaca o presidente.

A questão fica mais séria quando muitos desses novos motociclistas se aventuram pelas ruas sem estar habilitados e sem equipamentos de segurança, pois cerca de 25% dos acidentados não têm carteira A, para moto. “A moto é um veículo que, por suas características, não oferta proteção para o condutor e isso colabora para aumentar as estatísticas de acidentados”.

Para Dirceu, que é chefe do setor médico do Detran-PR, poderia haver uma redução das estatísticas de mortos e inválidos se houvesse uma fiscalização mais rigorosa. “Não adiantam leis, se não há fiscalização suficiente para o seu cumprimento”, salienta.

As maiores vítimas de acidentes com motos são homens jovens, negros e pobres, segundo pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Uma explicação é o fato de que 85% dos compradores de motos pertencem às classes C, D e E.