Na última década, 13.718 ciclistas morreram no trânsito.
Nestes tempos de pandemia, em que o isolamento e o distanciamento social estão presentes, muitos se renderam às bicicletas como opção de transporte, atividade física e lazer. No entanto, a relação entre ciclistas e o trânsito das cidades brasileiras é considerada conturbada.
É o que mostra um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) publicado pelo Jornal da USP. A pesquisa mostra que, na última década, 13.718 ciclistas morreram no trânsito após se envolverem em algum acidente, 60% deles em atropelamentos.
Além disso, cerca de R$ 15 milhões são gastos todos os anos pelo SUS para tratar de ciclistas que sofrem de trauma após colisão com outros veículos. “O trauma é uma lesão causada por agente externo e tem acidentes de trânsito como principal causa”, explica Maurício Godinho, médico especialista em Cirurgia do Trauma e diretor da área de Trauma do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP de Ribeirão Preto.
Godinho, em entrevista ao Jornal da USP, destaca que o trauma é a principal causa de morte entre pessoas de zero a 49 anos e a terceira maior causa de morte entre todas as idades. O médico também comenta que os atropelamentos ocorrem, principalmente, em razão de imprudência no trânsito: “Ultrapassagem de limite de velocidade, não uso de setas de segurança, a falta de uso de equipamentos de proteção, ou seja, o desrespeito às leis de trânsito e de boa convivência no trânsito”.
Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), houve uma queda no número de mortes no trânsito, que caiu anualmente entre 2015 e 2019. Mas, somente em 2019, o número foi de 30 mil mortes, incluindo transportes como carros, motocicletas, bicicletas e também pedestres.